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Unimontes transfere, para empresa Acelen,tecnologia para produção de combustível a partir de macaúba

A companhia planeja empregar a tecnologia criada na Unimontes no processo de germinação de sementes de macaúba

Na última quinta-feira (29) aconteceu a solenidade de assinatura do contrato que autoriza Acelen Energia Renovável o uso da patente verde desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

A companhia planeja empregar a tecnologia criada na Unimontes no processo de germinação de sementes de macaúba. Essa iniciativa será realizada no Centro de Inovação e Tecnologia Agroindustrial que o grupo pretende estabelecer na cidade.

Com apoio do Governo de Minas Gerais, a empresa, integrante do fundo Mubadala Investment Company, com sede nos Emirados Árabes Unidos, planeja investir R$ 125 milhões no projeto em Montes Claros.

O documento foi assinado pela Doutora Sara Gonçalves Antunes de Souza, Coordenadora de Inovação Tecnológica da Unimontes e professora permanente do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Econômico e Estratégia Empresarial (PPGDEE). 

O evento contou com a presença dos professores Leonardo Monteiro Ribeiro e Maria Olívia Mercadante, bem como de Vanessa Sales, bolsista de iniciação científica, e Claudiana Agostinho, aluna do Programa de Mestrado em Biotecnologia.

Para Patrícia Fonseca, doutoranda em Biotecnologia e pesquisadora do projeto, a transferência é resultado de muito esforço da universidade e do Laboratório de Micropropagação.

“A transferência de tecnologia é um feito histórico para a Unimontes e o Laboratório de Micropropagação, que há anos se dedicam às pesquisas com a macaúba e com outras espécies de palmeiras do Cerrado” , disse a estudante.

“Essa parceria também envolve um acordo para a realização de novas pesquisas sobre a germinação das sementes de macaúba para aplicação em escala industrial. No Brasil, a pesquisa científica ainda apresenta muitas limitações e desafios significativos, especialmente no campo das pesquisas aplicadas, que são escassas devido à falta de recursos adequados”, completou.

A patente Nº BR 102013007082-3, intitulada “PROCESSO DE GERMINAÇÃO DE PALMEIRAS COM DORMÊNCIA FISIOLÓGICA ESPECIALMENTE ACROCOMIA ACULEATA” foi obtida em 2018 e é a primeira patente verde criada pela universidade.

A empresa tem como meta plantar 200 mil mudas de macaúba, com foco na geração de energia. O projeto, que será implementado em um terreno de 150 hectares comprado pela Acelen, pretende gerar cerca de 500 vagas de trabalho.

O plano inclui a produção de dois produtos derivados do óleo de macaúba: biodiesel renovável, também conhecido como diesel verde (HVO), e Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

“Este é o primeiro licenciamento de uso de uma patente de tecnologia desenvolvida pela universidade. Mas, temos certeza que estamos tendo uma abertura de portas. Outros licenciamentos de uso de patentes e produtos desenvolvidos na nossa instituição virão. Pois, temos um corpo de professores, pesquisadores, acadêmicos e servidores altamente comprometidos com a tecnologia e a inovação”, disse  o reitor da Unimontes, professor Wagner de Paulo Santiago, durante a solenidade.

Pesquisa reconhecida mundialmente

A pesquisa desenvolvida na Unimontes sobre a reprodução de palmeiras recebeu reconhecimento internacional e despertou o interesse da empresa, levando à proposta de acordo para licenciamento da patente e transferência de tecnologia.

Dioger Teruel, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento da Acelen Energia Renovável, ressaltou a relevância da pesquisa e tecnologia elaboradas pela Unimontes para acelerar o processo de germinação das sementes de macaúba. Ele observou que, naturalmente, o índice de germinação das sementes de macaúba é muito baixo, variando entre 3% e 5%.

Com base na pesquisa e no processo elaborado pela equipe de pesquisadores da Unimontes, espera-se que a taxa de germinação das sementes de macaúba possa atingir percentuais de 50%, 60% e até mesmo 80%.

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Lorena Cordeiro

Lorena Cordeiro

Jornalista e mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Repórter no Portal Bem Minas desde 2020 nas editorias Meio Ambiente, Mineração e Energias Renováveis.

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