Nesta era de perfeição digital, um movimento tem ganhado destaque nas redes sociais: a rejeição aos filtros de beleza criados por terceiros. Segundo dados da Meta, mais de 600 mil pessoas, em mais de 190 países, desenvolveram filtros para a plataforma nos últimos anos. A prática de remover esses efeitos está transformando a forma como as pessoas se apresentam online e, mais importante, como se aceitam na vida real.
De acordo com o psicólogo George Barbosa, da Hapvida NotreDame Intermédica, abandonar os filtros pode trazer impactos positivos à saúde mental e à autoestima. “Essa mudança promove a autoaceitação, reduz a invalidação do eu natural e quebra padrões rígidos de beleza”, explica. Ele destaca que fingir ser algo que não se é frequentemente resulta em infelicidade.
Benefícios para a saúde mental e autoestima
Entre os problemas relacionados ao uso excessivo de filtros está a dismorfia corporal, como ressalta Barbosa. “Diferentemente de transtornos como bulimia e anorexia, a dismorfia corporal é uma percepção distorcida da própria imagem, influenciada por padrões estéticos impostos socialmente ou por si mesmo”, diz. Ele acredita que restringir os efeitos digitais pode estimular a empatia e o entendimento sobre a verdadeira identidade física, diminuindo a busca por padronização de rostos e corpos.
Para quem deseja começar a postar imagens mais autênticas, o psicólogo recomenda começar com fotos em que se sintam confortáveis, escolher cenários agradáveis e investir no autocuidado. “Cuidar do sorriso, da pele e de outros aspectos naturais pode ser mais eficaz e saudável do que recorrer a intervenções estéticas”, pontua.
Autenticidade digital e aceitação pessoal
Barbosa destaca que o movimento em direção à autenticidade nas redes sociais também promove a valorização da diversidade humana. Ele incentiva um trabalho contínuo de exposição natural como forma de superar problemas de autoestima. “É crucial entender que a opinião alheia não define quem você é. Seus traços carregam a história do seu patrimônio genético”, afirma.
Segundo o psicólogo, essa iniciativa representa um convite à aceitação pessoal e à valorização das diferenças. “Reconhecer-se é um ato de sabedoria, autocuidado e resistência. Com essa nova abordagem de autenticidade digital, podemos vislumbrar uma sociedade mais empática e real”, conclui.