Com o início de janeiro, chega também o convite para reflexão e renovação. É nesse cenário que a campanha Janeiro Branco ganha força, promovendo a conscientização sobre a saúde mental e emocional. A iniciativa, criada em 2014, busca prevenir transtornos como ansiedade, depressão e pânico, além de incentivar debates que desmistifiquem o tema e estimulem a busca por apoio profissional quando necessário.
Psicólogos, terapeutas e profissionais de saúde em todo o Brasil têm se mobilizado por meio de palestras, rodas de conversa e materiais educativos para sensibilizar a população. “Cuidar da mente é tão essencial quanto cuidar do corpo. O Janeiro Branco é um convite para refletirmos sobre nossas emoções, fortalecermos nossa resiliência e buscarmos o equilíbrio em todas as áreas da vida”, afirma a psicóloga e gestora do Serviço de Psicologia do Hospital Felício Rocho, Meire Rose Cassini.
A campanha também reforça a necessidade de políticas públicas que ampliem o acesso a serviços de saúde mental, em um momento onde o estresse, a ansiedade e a depressão têm apresentado índices alarmantes no Brasil e no mundo.
Saúde mental no Brasil: um panorama alarmante
O Brasil ocupa o preocupante quarto lugar entre os países mais estressados do mundo, de acordo com o relatório World Mental Health Day 2024, do Instituto Ipsos. Esse cenário reflete uma crescente conscientização sobre a relevância da saúde mental, com 77% dos brasileiros reconhecendo a importância desse cuidado.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o percentual de adultos diagnosticados com depressão no país cresceu 34% entre 2013 e 2019. Em 2019, cerca de 10,2% da população adulta, ou 16,3 milhões de pessoas, relataram ter recebido diagnóstico profissional de depressão, evidenciando a necessidade de ações mais robustas na área.
Antes mesmo da pandemia, o Brasil já liderava os índices de ansiedade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2017, aproximadamente 18 milhões de brasileiros sofriam de transtornos de ansiedade, o que correspondia a 9,3% da população. No mesmo período, a depressão afetava 12 milhões de pessoas, sendo o país com maior prevalência da condição na América Latina.
Com a pandemia da COVID-19, esses números foram agravados, destacando a urgência de iniciativas como o Janeiro Branco para promover o bem-estar emocional e combater os estigmas associados à saúde mental.
A campanha, portanto, vai além de conscientizar: é um convite para começar o ano com mais autocuidado, adotando hábitos que promovam equilíbrio e qualidade de vida.