Na quarta-feira (30), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), liderada pelo prefeito Fuad Noman (PSD), apresentou à Câmara Municipal um projeto de reforma administrativa que prevê a criação de quatro novas secretarias. A proposta inclui pastas para Segurança Alimentar e Nutricional, Mobilidade Urbana, Administração Logística e Patrimonial e uma Secretaria-Geral. Caso seja aprovada, a estrutura municipal passará das atuais 14 secretarias para um total de 18. A mudança também engloba a criação de cargos e uma nova divisão regional na capital mineira, voltada ao hipercentro da cidade.
Entre os pontos centrais da reforma está a proposta de dar maior autonomia a áreas hoje geridas por subsecretarias, estabelecendo também novos conselhos e fundos financeiros, como o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o Fundo Municipal de Turismo e o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. Na prática, a reestruturação acarretará um impacto anual de R$ 49,9 milhões na folha de pagamento da prefeitura, considerando a criação de cargos como secretários municipais, subsecretários e coordenadores.
Nova regional no hipercentro e cargos estratégicos para partidos aliados
Outro destaque do projeto é a criação de uma administração regional específica para o hipercentro, área atualmente integrada à regional Centro-Sul. A iniciativa responde a demandas por uma gestão mais dedicada à área central, em especial pela movimentação econômica e social intensa na região. Entre os cargos que serão alocados, uma nova coordenadoria de relacionamento com vilas e favelas será estabelecida, liderada pelo vice-prefeito eleito, o vereador Álvaro Damião (União Brasil). Damião, indicado por seu partido, terá a missão de fortalecer o diálogo entre a prefeitura e as comunidades vulneráveis da capital, uma reivindicação apontada pelo prefeito durante recente entrevista.
A reforma ocorre em meio a negociações sobre a participação de aliados na administração, visto que a coligação que elegeu Fuad Noman inclui, além do PSD, partidos como Solidariedade, União Brasil, Avante e PSDB. Aliados do segundo turno, como PT, PSB, PSOL e PV, também aguardam sua representatividade. O União Brasil, que apoiou Fuad com a indicação do vice e contribuiu financeiramente com R$ 7,5 milhões à campanha, deve ocupar posições estratégicas no secretariado.
Ampliação de vagas e impacto orçamentário
Se aprovada pela Câmara Municipal, a reforma administrativa trará mais 141 vagas na administração direta e cargos adicionais em áreas como educação, com a ampliação de 200 para 380 vagas para gestores administrativos e financeiros escolares. As novas estruturas serão decisivas para aumentar a capacidade de execução de políticas públicas na cidade, especialmente em assistência social e mobilidade urbana.