Em novembro deste ano, o governo de Minas Gerais publicou resoluções que restringem o regime de teletrabalho para servidores públicos estaduais. Anteriormente, os funcionários podiam trabalhar entre três e cinco dias por semana de forma remota, mas as novas regras limitam essa possibilidade a um ou dois dias, dependendo do órgão. Em resposta, 19 sindicatos e entidades representativas do funcionalismo público se uniram no movimento “Teletrabalho MG” para contestar a medida.
Entidades apontam economia e melhorias no desempenho
O movimento sindical, que representa cerca de 1,5 mil servidores, defende que o teletrabalho seja ampliado, com quatro dias remotos e apenas um presencial, ajustados conforme as funções desempenhadas. Argumentam que a modalidade traz economia significativa aos cofres públicos, estimada em até R$ 308,7 milhões anuais, com redução de despesas em aluguéis, energia elétrica e outros custos operacionais.
Por outro lado, o governo, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), apontou uma economia menor, de R$ 5,4 milhões a R$ 6,2 milhões por mês, nos períodos em que o teletrabalho esteve em vigor de forma mista. Ainda assim, os sindicatos reforçam que, além do impacto financeiro, o regime remoto contribui para a qualidade de vida dos servidores, aumento da produtividade e redução de emissões de gases poluentes.
Incertezas sobre o futuro do teletrabalho
Os sindicatos também manifestam preocupação com rumores de que o governo pretende retornar integralmente ao trabalho presencial a partir de janeiro de 2025. Embora o governo estadual não tenha confirmado a medida, tampouco a desmentiu. As entidades avaliam a proposta como um retrocesso que prejudica tanto os trabalhadores quanto a população mineira, que pode sofrer com aumento de custos e possíveis atrasos na execução de serviços.
Problemas estruturais e impacto do teletrabalho obrigatório
Outro fator que intensificou o debate sobre o teletrabalho foi a paralisação dos elevadores nos prédios Minas e Gerais, na Cidade Administrativa, entre novembro de 2023 e novembro de 2024. O problema forçou cerca de 8 mil servidores ao regime remoto integral por meses, evidenciando a viabilidade da modalidade e seus benefícios.
Diante do cenário, os sindicatos reiteram a importância de fortalecer o teletrabalho como ferramenta de modernização administrativa, economia de recursos e sustentabilidade ambiental. A iniciativa “Movimento Teletrabalho MG” também busca apoio popular para pressionar o governo estadual a rever suas decisões e manter uma política que, segundo eles, beneficia todos os mineiros.