Na manhã desta quinta-feira (03), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou a exoneração do Secretário Municipal de Educação, Bruno Barral, após ele ser alvo de uma operação da Polícia Federal. O afastamento foi formalizado por meio de uma edição extra do Diário Oficial e ocorre em conformidade com a decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). O cargo será ocupado interinamente pelo secretário adjunto Marcus Clemente.
Barral foi investigado na 3ª fase da Operação Overclean, que apura um esquema de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A operação remonta ao período em que ele ocupava a função de secretário de Educação em Salvador, na Bahia, entre setembro de 2017 e novembro de 2018. Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Barral, tanto em Belo Horizonte quanto em Salvador.
Em entrevista coletiva após a posse, o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) comentou o afastamento de Barral, deixando claro que não há privilégios para secretários na gestão. “Este processo está relacionado a projetos na Bahia, não na Secretaria de Educação de Belo Horizonte. No entanto, ninguém será poupado de responder pelos seus atos”, afirmou o prefeito, que tomou posse no mesmo dia da exoneração, em uma cerimônia que se deu na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
A operação da Polícia Federal, que incluiu 16 mandados de busca e apreensão, também teve como alvo o empresário José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, acusado de liderar o esquema criminoso. A sincronização dos acontecimentos, incluindo a posse de Damião, gerou um clima de tensão no evento.
O afastamento de Bruno Barral ocorre em um contexto delicado, com a Prefeitura de Belo Horizonte sendo diretamente impactada pela investigação, que remonta a sua gestão anterior em Salvador.