Na conclusão das eleições municipais de 2024, realizada no último domingo (29), o Partido Liberal (PL) se destacou ao obter a maior quantidade de votos entre os candidatos a prefeitos, somando 15,7 milhões. Embora o partido, que tem como figura proeminente o ex-presidente Jair Bolsonaro, tenha alcançado esse marco, ficou aquém da meta inicial de conquistar mil prefeituras, uma expectativa expressa pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, no ano anterior.
Com um total de 517 prefeituras conquistadas, o PL registrou um aumento de 166 municípios em comparação a 2020. Durante o segundo turno, a legenda se consolidou em 16 das 103 prefeituras das cidades com mais de 200 mil habitantes, além de garantir vitórias em quatro capitais. O senador Rogério Marinho (PL-RN) comemorou o resultado, enfatizando a ascensão do PL de 11º para 1º lugar entre os partidos mais votados do Brasil.
Por outro lado, o PSD, liderado pelo secretário de Relações Institucionais do governo de São Paulo, Gilberto Kassab, foi o grande vencedor em número de prefeituras, conquistando 891 no total e governando cerca de 27,6 milhões de eleitores. O MDB, com 864 prefeituras, ficou em segundo lugar e lidera em número de eleitores governados, totalizando 27,7 milhões.
Dentre os partidos de esquerda, o PT, presidido por Luiz Inácio Lula da Silva, foi o que obteve mais votos, atingindo 10,9 milhões ao longo dos dois turnos, apesar de não liderar em número de prefeituras. O PSB, por sua vez, ficou à frente em quantidade de municípios, mas acumulou 6,7 milhões de votos. O PDT e o Psol, que não conquistaram prefeituras, somaram 3,5 milhões e 4,9 milhões de votos, respectivamente.
A diferença entre o número de votos e prefeituras conquistadas evidencia que, mesmo com uma quantidade significativa de votos, a eficiência eleitoral pode variar. Partidos com maior acesso a recursos e candidatos em grandes centros urbanos tendem a ter uma visibilidade maior, mesmo que seu número de prefeitos eleitos não seja o mais alto. A análise desse pleito sugere que a trajetória eleitoral é marcada por complexidades que vão além dos números absolutos de votos recebidos.