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Parque Municipal recebe mudas de árvore ameaçada de extinção

O Parque ganhou as mudas por sua relevância como reserva ambiental de BH e por ser lar de uma ampla e variada biodiversidade

Nesta quinta-feira (18) a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) plantou quatro mudas de árvore Mineirinha  no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro. A árvore, ameaçada de extinção, é nativa da capital mineira, mas tem sido cada ano mais raro encontrá-la. 

O Parque ganhou as mudas por sua relevância como reserva ambiental de BH e por ser lar de uma ampla e variada biodiversidade. Entre o período de janeiro a abril deste ano, foram plantadas no parque 50 mudas arbóreas, incluindo espécies como jacarandás, ipês e palmeiras.

A iniciativa foi lançada com o intuito de proteger esta espécie em perigo de desaparecimento e fortalecer a diversidade botânica deste importante espaço natural. Os jardineiros estão aplicando cuidados especiais às mudas, incluindo adubação, irrigação e demais medidas necessárias para seu crescimento saudável. Além disso, biólogos estão monitorando de perto todo o processo de desenvolvimento das plantas.

As mudas de mineirinha foram adquiridas por meio de uma parceria da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) com o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG.

Trabalho de recomposição e conservação de espécies

De acordo com Tatiani Cordeiro, gerente do Parque Municipal, a seleção das espécies segue critérios que visam atender tanto à necessidade de preservação quanto ao enriquecimento ambiental. 

Essas escolhas são fundamentais para criar nichos ecológicos adequados à sobrevivência das espécies, além de contribuir para a composição estética do ambiente. No início deste ano, foram plantadas no Parque 50 mudas de árvores, arbustos e palmeiras, como jacarandá-de-minas, jacarandá-mimoso, paineira, tamboril, jequitibá, ipê-branco, ipê-caraíba, pau-viola, palmeira-açaí, palmeira-jerivá, palmeira-imperial, pitanga, amora, quaresmeira, flamboyant, flamboyant-mirim, hibisco e escumilha.

De acordo com Andrea Aparecida Paiva, bióloga da FPMZB, a seleção dos locais para o plantio das mudas dentro do Parque leva em conta diversos detalhe, como o porte esperado da árvore quando adulta, as necessidades de luminosidade e umidade do ambiente, a presença prévia de outras espécies no local, bem como as características da madeira e das raízes. Todos esses aspectos são cuidadosamente pensados para assegurar que cada espécie seja posicionada no local mais propício para seu crescimento saudável.

Os plantios no Parque Municipal são realizados ao longo de todo o ano, com uma intensificação durante os períodos mais chuvosos. Em caso de perda de árvores devido ao envelhecimento natural, conhecido como senescência, ocorre a reposição da mesma espécie. Essa prática visa evitar a redução da diversidade já existente no Parque.

Árvores do Parque Municipal

De acordo com a PBH, as árvores do Parque Municipal têm uma ligação íntima com a história de Belo Horizonte, antes mesmo da cidade ser fundada. O parque já foi uma chácara desapropriada para a construção da cidade e do próprio Parque e foi cuidadosamente planejada, combinando espécies antigas, transplantadas dos quintais do antigo Curral del Rey, além de outras novas. Entre elas, algumas árvores são centenárias como ficus, eucaliptos, sapucaias, pinheiros, jalões, saboneteiras, dilênias e pau-mulato, testemunhas silenciosas do passado e do desenvolvimento da cidade.

Para garantir a preservação dessa valiosa riqueza ambiental, é essencial realizar um manejo cuidadoso e específico. No caso das árvores centenárias, são conduzidas inspeções regulares para monitorar seu estado fitossanitário, avaliando a presença de pragas, inclinação, surgimento de galhos secos e outros sinais comuns de envelhecimento. São realizadas podas, tratamentos contra parasitas e adubação para promover a longevidade das espécies de maneira segura. A remoção só é considerada quando há um risco iminente de queda ou quando as árvores estão completamente mortas devido à idade avançada.

Em setembro deste ano, o Parque Municipal completa 127 anos de existência, desempenhando um papel fundamental não apenas como área de recreação para os habitantes de Belo Horizonte e visitantes, mas também como uma significativa unidade de conservação. Contribuindo para a melhoria do clima urbano, o parque serve como habitat e refúgio para a fauna e flora, ao mesmo tempo em que desempenha um papel crucial na conservação dos recursos hídricos.

Reconhecido como o patrimônio histórico, cultural e ambiental mais antigo da cidade, o Parque Municipal abriga aproximadamente 60% de espécies brasileiras, com ênfase na flora da Mata Atlântica, além de exemplares de outras regiões do mundo. Seus jardins são o lar de espécies ameaçadas de extinção, como o mogno-do-pará, jatobás e jequitibás, destacando sua importância como um santuário de biodiversidade dentro do meio urbano de Belo Horizonte.

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Lorena Cordeiro

Lorena Cordeiro

Jornalista e mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP. Repórter no Portal Bem Minas desde 2020 nas editorias Meio Ambiente, Mineração e Energias Renováveis.

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