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Sempre a mesma fala

Os flagrantes de policiais militares da PMSP, jogando pela ponte um suspeito, como se fosse um saco de lixo, e da execução de um outro homem, desarmado, que furtou de um supermercado dois sacos de biscoito e por isso foi abatido com 11 tiros, chocaram o país, exigindo do Governo de SP, nas declarações de seu governador Tarcísio Freitas e do secretário de segurança pública, Guilherme Derrite, uma providência que resulte não apenas em uma promessa de sanção disciplinar, mas também numa sanção penal.

Do governador e do secretário Derrite o que se ouviu até o momento é a fala de sempre: “não vamos tolerar nenhum tipo de desvio de conduta de nenhum policial no Estado de São Paulo”. Desde que Tarcísio Freitas, lamentavelmente, afirmou numa infeliz entrevista que não estava preocupado com a repercussão negativa, inclusive em órgãos internacionais de um outro caso semelhante envolvendo policiais militares, tais posturas passaram a ser mais frequentes e vistas como normais.

Muitos policiais fazem o que querem, com gravação ou não de suas câmeras, ofendem pessoas que tentam intervir e tudo fica por isso mesmo.

O resultado é que policiais que cometem tais violências, ampliam para toda tropa uma censura quase universal, com um conceito de que policiais e bandidos se assemelham. Isso é extremamente injusto, porque há também bons policiais, que não se corrompem, que cumprem a lei e combatem o crime.

Não há ninguém, em sã consciência, que não prefira uma polícia rígida, presente, bem treinada e instrumentalizada, mas que deixe o julgamento dos marginais abordados e presos para ser feito pela Justiça competente.

Da mesma forma, toda a sociedade exige que a Justiça tenha a atitude que lhe compete, especialmente para tirar das ruas os marginais, muitos desses, que têm unicamente uma vida de crimes e nada mais. Muitos desses são presos e recolocados nas ruas, já nas audiências de custódia.

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Luiz Tito

Luiz Tito

Luiz Tito trabalhou na equipe que colaborou na fundação no Jornal O Tempo, em 1996. Foi diretor da Sempre Editora, dona dos veículos O Tempo, Pampulha e Super, passando depois a responder pela vice-presidência da empresa. Afastou-se da Sempre Editora para ocupar a Diretoria Jurídica do Grupo Sada, de onde também se desligou, após mais de duas décadas de trabalho, vinculado ao citado Grupo. 

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