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Rabecão ou raquebinho?

Essa coluna denunciou há dias, que na região metropolitana de BH a Polícia Técnica contava somente com o serviço de um rabecão para atender a uma demanda enorme de transporte de cadáveres, dos locais de crime para o IML. Quem primeiro fez essa denúncia, reconheçamos, foi o jornalismo da Rádio Itatiaia.

Cadáveres muitas vezes permanecem nos mesmos locais onde ocorreu a ação criminosa, por mais de 12 horas, por falta absoluta de gestão por parte da Polícia Civil, que se submete a pagar os custos de helicópteros para o transporte de suas chefias ao interior de Minas mas que não compra ou aluga rabecões que o serviço público requer.

Um absurdo. Há tempos, o ex-Chefe de Polícia, Dr. Joaquim, chegou a apresentar numa de suas aparições na Comissão de Segurança Pública da ALMG, uma complicada engenhoca, ao que se sabe, trazida como brilhante sugestão do superintendente da Polícia Técnico-Científica, Dr. Thales Bittencourt, que havia visto o artifício no Estado do Paraná; tratava-se de um engate numa moto de uma carrocinha que serviria ao transporte de cadáveres.

A risível, para muitos, e desrespeitosa ideia, sobretudo para com as famílias das vítimas, não durou sequer meia hora, tendo sido retirada de cena, para que as discussões voltassem ao normal e as gargalhadas cessassem no local.

O IML e a Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil em Minas Gerais, em muitos momentos foram alvo de investigações as mais esdrúxulas, como, por exemplo, a falta de controles de frequência em plantões de médicos, a utilização de auxiliares em atos de autópsia para os quais esses não estão formalmente habilitados, o uso dos recursos e instalações do IML para realização de perícias de interesse privado e aulas de faculdades de medicina no interior daquele Instituto público.

Não se sabe a que ponto teriam chegado tais investigações, mesmo sendo algumas dessas patrocinadas pelo Ministério Público de MG. Hoje, sexta-feira, as 10 horas, essas questões serão discutidas na Comissão de Segurança Pública da ALMG.

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Luiz Tito

Luiz Tito

Luiz Tito trabalhou na equipe que colaborou na fundação no Jornal O Tempo, em 1996. Foi diretor da Sempre Editora, dona dos veículos O Tempo, Pampulha e Super, passando depois a responder pela vice-presidência da empresa. Afastou-se da Sempre Editora para ocupar a Diretoria Jurídica do Grupo Sada, de onde também se desligou, após mais de duas décadas de trabalho, vinculado ao citado Grupo. 

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