A BHP, a poderosa sócia europeia da Vale no controle da Samarco, ao que parece até o momento, responderá sozinha pelas indenizações devidas aos municípios afetados pelo rompimento da barragem em Mariana, cujos danos, estimam os ambientalistas, representam a segunda maior tragédia ambiental dos últimos cinquenta anos.
O valor reservado do total do acordo é de US$ 46 bilhões, mas o fatiamento dessa importância despertou o desinteresse dos municípios no acordo brasileiro, firmado pelos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, na esperança de que em Londres o valor será melhor e mais rápido o encontro com a grana.
São 46 municípios afetados, mas 4 deles já concordaram com os valores do acordo brasileiro.
Outros 42 seguem deitados na rede, aguardando que em Londres a justiça seja mais generosa.
E certamente será.
Quando do acordo, o STF determinou que os municípios se manifestassem em até 120 dias, prazo que começou a correr em 06 de novembro de 2024.
Em 06 de março finda o tempo, e os municípios discordantes ficarão restritos ao que o Judiciário londrino determinar.
Esse é o jogo.
Quem vive caindo pelas paredes desde 2015, com as cidades, seus cidadãos, suas empresas, seus recursos, suas casas, uma destruição que já dura mais de 9 anos de quase completa miséria, esperar mais uns meses não agrava muito mais o impagável sofrimento que já viveram.