O setor varejista de Minas Gerais fechou dezembro de 2024 com resultados positivos, marcando o quarto mês consecutivo de crescimento. O comércio restrito registrou alta de 1,8% em relação a novembro, enquanto o varejo ampliado teve um leve avanço de 0,4%, revertendo quedas observadas nos meses anteriores. No cenário nacional, no entanto, os números foram negativos, com retrações de 1% no comércio restrito e 1,1% no ampliado.
Os dados fazem parte da análise do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG, que utilizou informações da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Desempenho do varejo em Minas Gerais
Na comparação entre dezembro de 2024 e o mesmo mês de 2023, o comércio restrito mineiro cresceu 1,9%, resultado inferior ao registrado no ano anterior, quando a alta foi de 3,1%. Os segmentos que mais se destacaram foram móveis e eletrodomésticos (10,2%), tecidos, vestuário e calçados (12,4%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (11,5%).
A economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, atribui parte desse crescimento ao desempenho das vendas no período natalino. Segundo o monitor de Natal realizado pela entidade, 36% dos empresários afirmaram que suas expectativas foram atendidas ou superadas, refletindo diretamente no avanço de 3,7% do varejo restrito no acumulado do ano.
Apesar dos desafios, como a taxa Selic elevada (13,25% ao ano) e a inflação acumulada de 4,56% nos últimos 12 meses, o setor demonstrou capacidade de recuperação. “O comércio varejista foi impulsionado pela geração de empregos e pelo aumento da renda das famílias, seja por políticas de transferência do governo federal, pelo reajuste do salário mínimo ou pela própria dinâmica do mercado de trabalho. Entre os segmentos que mais cresceram, destaca-se o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que registrou uma impressionante alta de 43,4% em Minas Gerais no acumulado de 12 meses”, explica Gonçalves.
No acumulado do ano, o comércio restrito mineiro teve um crescimento de 3,7%, embora com leve desaceleração em relação ao mês anterior. Além do setor de informática e comunicação, outras áreas com forte desempenho foram artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (11,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,9%).
Varejo ampliado mantém estabilidade
Em relação ao comércio ampliado, a comparação entre dezembro de 2024 e dezembro de 2023 apontou estabilidade, sem variação percentual significativa. O setor de material de construção, no entanto, apresentou uma leve queda de 0,8%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o comércio ampliado em Minas Gerais avançou 1,9%, impulsionado pelo crescimento nas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças (11,7%) e material de construção (3,9%).
O papel da Fecomércio MG no setor
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) segue como a principal representante do setor no estado, abrangendo mais de 750 mil empresas e 54 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a entidade atua na defesa dos interesses do comércio, promovendo debates sobre o desenvolvimento econômico mineiro e buscando melhores condições tributárias para o setor.
Além disso, a Fecomércio MG administra o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) no estado, ampliando o acesso a serviços para empresários, comerciários e a comunidade em geral. Com 86 anos de atuação, a federação continua desempenhando um papel essencial na economia de Minas Gerais e na melhoria das condições do comércio.