Minas Gerais, um solo rico em histórias e minérios, sempre esteve na vanguarda da mineração mundial. Agora, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) está transformando o setor ao anunciar a disponibilização gratuita dos levantamentos aerogeofísicos do Estado para instituições acadêmicas e mineradoras. Essa iniciativa vai além da simples abertura de dados; representa uma mudança significativa no cenário da mineração, demonstrando que o conhecimento em Minas é tão valioso quanto seus recursos naturais.
Esses levantamentos aerogeofísicos, que consistem em imagens e dados coletados por aeronaves que sobrevoam a baixa altitude, revelam os segredos do subsolo. Anteriormente, esses dados tinham um custo elevado – cerca de R$ 300 mil – e estavam fora do alcance de muitos que poderiam utilizá-los para promover inovação e progresso. Agora, estão acessíveis para todos que desejam pesquisar, desenvolver e explorar de maneira sustentável.
Minas Gerais desempenha um papel crucial na produção de minerais, essenciais para diversas áreas, desde a construção civil até as tecnologias que nos conectam. O Estado é responsável por cerca de um terço da produção mineral do Brasil, com destaque para o minério de ferro, além de ser o maior produtor de zinco, ouro, fosfato, grafita, lítio e calcário, e de extrair 75% de todo o nióbio do mundo. Com a democratização do acesso a esses dados, Minas não apenas reafirma sua liderança no setor, mas também pavimenta o caminho para uma mineração mais sustentável, inovadora e integrada ao conhecimento científico.
A disponibilização gratuita desses dados permitirá que instituições acadêmicas desenvolvam pesquisas com uma base de dados sólida e precisa, enquanto mineradoras poderão identificar locais de maior potencial de forma eficiente e responsável. O resultado esperado é um ciclo de inovação e desenvolvimento econômico que concilia crescimento com a conservação ambiental.
Essa iniciativa, fruto de uma parceria entre a Codemge, o Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB), é um exemplo claro de como a colaboração entre academia, governo e setor privado pode gerar resultados extraordinários. No Vale do Jequitinhonha, por exemplo, a crescente demanda por pesquisa sobre o lítio, conhecido como o “mineral do futuro”, pode ser atendida com esses dados aerogeofísicos, apoiando políticas públicas e projetos que transformarão a região em um polo de desenvolvimento sustentável.
Minas Gerais está mostrando ao mundo que a verdadeira riqueza está na forma como utilizamos nossos recursos para construir um futuro mais justo e sustentável. Este é um novo e promissor capítulo que se abre, onde o conhecimento se torna o mais valioso “mineral” a ser explorado.
Com: SÉRGIO LOPES CABRAL
Diretor-presidente da CODEMGE