A partir desta quarta-feira (04), o Estado de Minas Gerais e o Brasil conquistam um marco histórico com o reconhecimento dos “Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal” (QMA) como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. O anúncio, feito durante reunião realizada em Assunção, no Paraguai, destaca o Estado mineiro no cenário global, colocando o QMA como o primeiro alimento brasileiro a integrar a Lista Representativa do Patrimônio Cultural da Humanidade.
Em pronunciamento no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, o governador Romeu Zema comemorou a conquista. “Hoje é um dos dias mais especiais do meu governo. Conquistamos o reconhecimento que coloca o Queijo Minas Artesanal como um patrimônio cultural e imaterial da humanidade. É uma grande felicidade ver esse reconhecimento”, afirmou o governador, destacando também a importância dessa vitória para a valorização da cultura mineira e o fortalecimento da economia local.
O reconhecimento pela Unesco enaltece as tradições dos territórios produtores do Queijo Minas Artesanal, que ao longo de mais de 300 anos preservaram saberes e técnicas desenvolvidas por pequenos produtores rurais. Para o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, este título representa uma valorização dos modos de vida dos mineiros. “É um alimento que representa nossa identidade e será fundamental para aumentar o turismo e a renda de milhares de produtores”, afirmou.
Além disso, a inclusão do QMA na lista da Unesco abre portas para o fortalecimento econômico das comunidades locais, incentivando o turismo sustentável e de experiência nas regiões produtoras. Leônidas destacou a importância de promover o turismo de experiência, onde visitantes podem conhecer de perto as pequenas propriedades e a produção do queijo, que é símbolo da hospitalidade e da mineiridade.
Uma Jornada de Colaboração e Trabalho Coletivo
O trabalho para obter o reconhecimento internacional começou em setembro de 2022, durante o 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro. Desde então, diversas entidades, como o Governo de Minas, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de produtores e associações, se uniram para promover o QMA dentro e fora do Brasil.
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, a conquista é fruto de um esforço contínuo para melhorar a qualidade do produto. “O reconhecimento é resultado de um trabalho conjunto com os produtores, avançando em boas práticas de fabricação, pesquisas e aprimoramento da legislação. Esse título vai valorizar ainda mais o nosso queijo e abrir novos mercados”, afirmou Fernandes.
Comemorações pelo Estado
A celebração do título será marcada por uma série de eventos em Belo Horizonte e no interior de Minas Gerais. A programação inclui apresentações culturais, como o show do violinista e compositor Marcus Viana, e um espetáculo de drones, que projetará imagens do queijo e dos símbolos da cultura mineira nos céus de várias cidades. De 6 a 14 de dezembro, a tecnologia de drones iluminará o céu de dez cidades produtoras do queijo, e uma feira reunindo mais de 20 produtores será realizada no Palácio da Liberdade.
A festividade terá seu ponto alto no dia 15 de dezembro, quando será apresentado o maior queijo minas padrão do mundo, produzido em Ipanema, no Vale do Rio Doce, durante um evento na Igrejinha da Pampulha, em Belo Horizonte.
Impulsionando a Economia Criativa e o Turismo
O queijo minas artesanal representa uma força significativa na economia de Minas Gerais. Com cerca de 9 mil produtores e uma produção anual de 40 mil toneladas, o setor gera aproximadamente R$ 2 bilhões por ano, criando cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos. Agora, com o reconhecimento da Unesco, a expectativa é de que o QMA atraia mais turistas e expanda ainda mais as oportunidades para as comunidades locais.