Nesta sexta-feira (28), nos municípios de Ipatinga e Bugre, no Vale do Aço, a Polícia Federal realizou uma operação com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido no contrabando de migrantes brasileiros.
A ação cumpriu um mandado de prisão e sete de busca e apreensão, tendo como alvos principais um pai e seu filho, apontados como responsáveis por organizar a travessia ilegal de pessoas para os Estados Unidos, via fronteira com o México.
As investigações começaram após denúncias apontarem os dois como líderes de um esquema que levava brasileiros a países da América Central — como El Salvador, Panamá, Costa Rica e México — com a finalidade de ingressar ilegalmente em território norte-americano. De acordo com a Polícia Federal, cada migrante pagava entre US$ 15 mil e US$ 21 mil, sendo comum o uso de veículos das próprias vítimas como forma de pagamento.
O grupo criminoso, segundo a corporação, montava caravanas que incluíam até crianças e adolescentes. Eles também mantinham contatos com autoridades mexicanas para garantir que os migrantes não fossem detidos durante a travessia.
Entre os anos de 2018 e 2024, mais de 700 brasileiros foram identificados como vítimas do esquema, incluindo 227 menores de idade.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de cerca de R$ 63 milhões em bens dos envolvidos. Conforme a PF, os chefes da organização levavam uma vida de ostentação, com carros de luxo, imóveis de alto padrão e frequentes viagens internacionais. Eles devem responder pelos crimes de contrabando de migrantes e envio ilegal de menores ao exterior.