Nesta segunda-feira (24), em todo o Brasil, a geração própria de energia solar atingiu um marco histórico ao abastecer 5 milhões de imóveis, resultado de um crescimento expressivo de 42,86% entre 2024 e 2025. O avanço da chamada geração distribuída (GD) — quando o consumidor produz a própria energia por meio de painéis solares instalados em telhados ou pequenos terrenos — reforça o papel estratégico do setor na transição energética do país.
Minas Gerais lidera o ranking nacional com mais de 900 mil unidades consumidoras abastecidas por sistemas de geração própria solar, à frente de São Paulo, com 756 mil imóveis, e do Rio Grande do Sul, com cerca de 468 mil. O presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Gil Pereira, lembrou que leis estaduais pioneiras, como a de nº 22.549/17, que isenta de ICMS usinas de até 5 MW, foram fundamentais para impulsionar o setor em Minas.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), a maior parte dos sistemas instalados entre janeiro e março deste ano foi motivada pela alta demanda gerada pela onda de calor, responsável por mais de 147 mil novas instalações. No total, cerca de 228,7 mil imóveis passaram a ser abastecidos com energia solar no período, adicionando 1,6 gigawatt (GW) à matriz energética.
As residências são as principais beneficiadas, representando 69,2% dos imóveis atendidos, seguidas pelo setor comercial (18,4%) e pelas propriedades rurais (9,9%). No acumulado da última década, a tecnologia fotovoltaica evitou a emissão de aproximadamente 66,6 milhões de toneladas de CO2, além de ter atraído mais de R$ 251,1 bilhões em investimentos e gerado 1,6 milhão de empregos.
Mesmo com a rápida expansão, o segmento ainda enfrenta entraves, como a falta de compensação aos investidores pelos cortes compulsórios de geração renovável e obstáculos para a conexão de novos sistemas à rede elétrica. Segundo a Absolar, a energia solar representa atualmente apenas 5% das 93,9 milhões de unidades consumidoras do mercado cativo nacional.
Ainda assim, o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, afirma que o cenário é promissor: “Com a redução de mais de 50% no preço dos painéis solares nos últimos dois anos, o momento é ideal para investir em sistemas fotovoltaicos”.
Atualmente, o Brasil conta com 37,4 GW de potência instalada em geração distribuída, que somados aos 17,6 GW provenientes de grandes usinas solares, elevam a fonte fotovoltaica a 55 GW, consolidando-a como a segunda maior fonte da matriz elétrica nacional, atrás apenas da hidrelétrica.