Nesta segunda-feira (17), a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), entrega o primeiro refúgio climático da cidade. Localizado na rua dos Carijós, 679, no Centro, o local é inspirado nos “Cooling Places” de Paris.
O espaço foi criado para o cidadão se abrigar do sol, amenizar os efeitos do calor e descansar, atuando como um local de resfriamento. O equipamento faz parte das ações previstas pela Nova Agenda Verde, anunciada pelo prefeito Fuad Noman no último dia 5 de junho, e que tem o objetivo de tornar BH mais capacitada para enfrentar as mudanças climáticas.
O local faz parte de um grande projeto chamado Centro de Todo Mundo, que visa a revitalização da área central da cidade, transformando-a em um “oásis urbano” e uma “ilha verde” no centro. Com uma árvore como elemento principal, o refúgio terá uma estrutura projetada com técnicas de resfriamento passivo e incluirá pisos permeáveis, como gramado e revestimentos drenantes. Isso ajudará na adequada infiltração da água da chuva, prevenindo acúmulos e, assim, evitando enchentes.
O espaço também contará com outras estruturas, como um banco sob a árvore, uma espreguiçadeira e um bebedouro tecnológico. O equipamento tem tecnologia avançada, com três bicas distintas, destinadas a adultos, crianças e pets. Também possui estações nebulizadoras, com aspersores para dissipar uma névoa refrescante para que o munícipe se alivie do calor. Basta pressionar um dos botões e aguardar a liberação do vapor.
Dessa forma, o cidadão poderá utilizar o refúgio não apenas para se abrigar do sol e reduzir a sensação de calor, mas também para descansar e se hidratar.
Ao todo, o refúgio climático ocupará uma área de 25,61 metros quadrados. A obra foi executada pela empresa EPO Empreendimentos, de Belo Horizonte, por meio de compensação ambiental. A construção do banco e da espreguiçadeira foi feita em impressora 3D, gerando zero resíduo para a cidade.
Espaço ganha árvore oiti
A árvore escolhida para o primeiro refúgio climático foi o oiti, também conhecido como goiti (Licania tomentosa). A seleção considerou a necessidade de criar um microclima adequado, garantindo sombra ao redor do refúgio durante a maior parte do dia. A espécie foi escolhida por suas dimensões compatíveis com outras árvores já presentes no hipercentro da capital e porque suas raízes não interferem na caixa da rede de drenagem pluvial. Além disso, a copa do oiti não atrapalha a marquise vizinha, tornando-o ideal para o projeto.
Próximos refúgios
Após a inauguração deste primeiro refúgio, há a previsão de entrega de outros quatro até o final de 2024, todos no hipercentro: um na Av. Olegário Maciel, outro na Av. Amazonas e dois na rua dos Caetés. Outras duas unidades serão implementadas em Venda Nova e no Barreiro, mas ainda não há previsão de data. Futuramente, BH poderá contar com cerca de 50 refúgios climáticos, instalados em todas as regionais.
O que são os refúgios climáticos?
A criação de espaços públicos para resfriamento já é uma tendência em várias cidades, tanto no Brasil quanto no exterior, como os “cooling places” em metrópoles como Paris e Barcelona. Esses espaços ajudam a tornar os centros urbanos mais sustentáveis e menos vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. Exemplos de tais espaços incluem parques arborizados com lagos e praças com chafarizes.
Os refúgios climáticos a serem implementados em Belo Horizonte diferem por terem uma árvore como elemento central, responsável pelo resfriamento do ambiente ao seu redor. De acordo com a Gerência de Ações para Sustentabilidade (GEASU) da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte, não há registros no Brasil de espaços urbanos que combinem árvore, pisos permeáveis, banco e bebedouro de maneira semelhante.
Com: PBH