Nesta quarta-feira (10), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), aprovou em 2º turno o Projeto de Lei (PL) 3043/2021, de autoria do deputado Gil Pereira, que dispõe sobre a Política Estadual do Hidrogênio de Baixo Carbono e do Hidrogênio Verde, o combustível do futuro. Proposta vai agora à sanção do governador para virar lei.
O hidrogênio de baixo carbono é aquele que pode ser obtido, também, por reforma-vapor do etanol (álcool), até com emissão negativa, considerando a captura de carbono na cadeia produtiva da cana-de-açúcar, dentre os mais fortes segmentos da economia de Minas Gerais.
“A versatilidade do hidrogênio se mostra também no setor agrícola, com a fabricação dos fertilizantes ureia e amônia a partir dele. Somos um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Porém, quase 90% dos fertilizantes nitrogenados e essenciais para a agricultura são importados, principalmente da Rússia e da China, onde são produzidos a partir de hidrogênio obtido por meio de carvão mineral e gás, formas altamente poluentes, com alta emissão de gases de efeito estufa”.
“Nesse sentido, a campanha internacional Race to Zero, abraçada por MG, que objetiva alcançar a neutralização de emissões líquidas de carbono até 2050, nos coloca numa posição favorável para a atração de investimentos em toda a cadeia produtiva do hidrogênio”, diz um dos trechos do documento.
Debate público em 2021
Em outubro de 2021, a ALMG discutiu extensivamente o tema do hidrogênio verde em um debate público organizado pela Comissão Extraordinária das Energias Renováveis e dos Recursos Hídricos, então liderada por Gil Pereira. Especialistas presentes concordaram que Minas Gerais possui as condições ideais para a produção de hidrogênio verde (H2V), caracterizado por baixas emissões de carbono, utilizando fontes solares, hidráulicas ou pela reforma a vapor do etanol (álcool de cana-de-açúcar). Durante o evento, foi apresentada a “Carta das Minas e Energias Gerais”, que delineia os pilares e objetivos para a produção do novo combustível, sua integração na matriz energética nacional, recomendações aos poderes públicos e as vantagens competitivas de Minas Gerais em comparação com outros estados.