Nesta sexta-feira (07), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Campo do Meio, a cerca de 300 km de Belo Horizonte, para um evento que reforça sua aproximação com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e acena para alianças políticas no estado. Durante a cerimônia do programa Terra da Gente, o petista anunciará a entrega de 12.297 lotes de terra em 138 assentamentos, além da assinatura de decretos de desapropriação e medidas de crédito fundiário.
A visita acontece em um cenário de disputa política em Minas Gerais. Enquanto Lula tenta atrair o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para uma possível candidatura ao governo estadual em 2026, o governador Romeu Zema (Novo) já lançou seu vice, Mateus Simões, como sucessor. A movimentação antecipa uma nova polarização no estado, que, em 2022, registrou uma eleição acirrada entre Lula e Jair Bolsonaro.
Além dos anúncios para o MST, a presença do presidente também fortalece a relação com Pacheco, uma vez que o prefeito de Campo do Meio, Samuel Azevedo Marinho (PSD), declarou entusiasmo com a visita. No evento, está prevista a assinatura de um decreto de desapropriação da massa falida da antiga usina Ariadnópolis, medida aguardada pelo movimento sem-terra desde os conflitos fundiários que marcaram a gestão de Zema.
Essa será a primeira visita de Lula a um assentamento do MST desde o início de seu terceiro mandato. O movimento tem pressionado o governo por avanços mais concretos na reforma agrária, e a agenda em Minas Gerais representa um esforço do presidente para fortalecer esse vínculo e consolidar sua base política no estado.
