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Buscas em Brumadinho: segmento ósseo com prótese é encontrado na área da tragédia

A tragédia, que ocorreu em janeiro de 2019, resultou na morte de 270 pessoas. Três vítimas seguem desaparecidas
Buscas em Brumadinho: segmento ósseo com prótese é encontrado na área da tragédia
Reprodução

Nesta quinta-feira (06), equipes de resgate localizaram novos segmentos ósseos na área de buscas pelas vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, Minas Gerais. Entre os fragmentos encontrados, destaca-se um fêmur com prótese, o que pode facilitar a identificação da vítima. Seis anos após a tragédia, três pessoas ainda seguem desaparecidas.

De acordo com o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Henrique Barcellos, os restos mortais têm alta probabilidade de serem humanos, mas essa confirmação dependerá da perícia da Polícia Civil. “O de maior interesse é um segmento de fêmur, de um membro inferior direito, que contém uma prótese. Essa localização é extremamente relevante para a identificação de uma nova vítima”, explicou.

A Polícia Civil mantém um banco de dados com registros radiográficos e outras informações que podem auxiliar na análise comparativa dos segmentos encontrados. Segundo Barcellos, a equipe está empenhada em fornecer uma resposta oficial o mais rápido possível. “Nossos colegas da PC estão dedicados a esclarecer se o segmento pertence a uma vítima ainda não localizada”, destacou.

A tragédia, que ocorreu em janeiro de 2019, resultou na morte de 270 pessoas. Três vítimas seguem desaparecidas:

  • Maria de Lurdes da Costa Bueno, de 59 anos, estava de férias com a família em uma pousada atingida pela lama;
  • Nathália de Oliveira Porto Araújo, de 25 anos, era estagiária da Vale e conversava com o marido por telefone no momento do desastre;
  • Tiago Tadeu Mendes da Silva, de 34 anos, engenheiro mecânico que havia sido transferido para a mina cerca de 20 dias antes do rompimento.

Os segmentos ósseos foram encontrados pouco antes das 9h em uma área conhecida como “remanso 4”, localizada a cerca de 2 km da Pousada Nova Estância, uma das estruturas destruídas pelo desastre. Os fragmentos foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal de Belo Horizonte para exames detalhados.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que está utilizando as tecnologias mais avançadas para a identificação dos vestígios humanos e que uma equipe especializada está dedicada à análise do caso.

A última vítima identificada foi a supervisora de mina Cristiane Antunes Campos, funcionária da Vale. Sua identidade foi confirmada por exames de DNA em dezembro de 2022.

As buscas continuam mesmo após seis anos do rompimento da barragem. O Corpo de Bombeiros segue atuando com estações de busca que processam os materiais recolhidos por máquinas, separando fragmentos maiores dos menores. Além disso, desde o fim de 2023, as operações contam com o auxílio de inteligência artificial para auxiliar na triagem dos vestígios.

Desde o início de 2024, a Polícia Civil já recebeu 20 segmentos humanos encontrados pelos bombeiros na região da tragédia.

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Luiz Tito

Luiz Tito

Luiz Tito trabalhou na equipe que colaborou na fundação no Jornal O Tempo, em 1996. Foi diretor da Sempre Editora, dona dos veículos O Tempo, Pampulha e Super, passando depois a responder pela vice-presidência da empresa. Afastou-se da Sempre Editora para ocupar a Diretoria Jurídica do Grupo Sada, de onde também se desligou, após mais de duas décadas de trabalho, vinculado ao citado Grupo.