Nesta terça-feira (17), o Banco Central divulgou a ata das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) realizadas nos dias 10 e 11 de dezembro. Durante o encontro, o Comitê decidiu intensificar o aumento da taxa básica de juros, elevando a Selic para 12,25%, e indicou uma nova alta de 100 pontos-base nas reuniões previstas para janeiro e março de 2025.
A decisão foi unânime, conforme ressaltado na ata, marcando uma diferença em relação ao comunicado anterior, que não mencionava unanimidade, apesar de todos os integrantes terem votado pelo ajuste. Isso havia gerado dúvidas sobre o alinhamento interno do Comitê em relação aos próximos passos da política monetária.
Na ata, o Copom destacou dois fatores principais que influenciaram a decisão. A deterioração do cenário de curto e médio prazo para a inflação foi mencionada como um dos motivos para o aumento do ritmo de ajuste, com o objetivo de reforçar o compromisso com a convergência da inflação à meta. Além disso, o Comitê justificou a sinalização antecipada das próximas decisões argumentando que, apesar do cenário mais adverso, a redução da incerteza permitiu maior clareza na comunicação das futuras intenções.
Outro ponto relevante foi a revisão da estimativa do juro real neutro, que passou de 4,75% para 5%. O Copom sinalizou que continuará avaliando essa hipótese, destacando a necessidade de ajustes adicionais na Selic para conter a inflação, mesmo com alterações graduais.
Com base nos novos dados e na ata divulgada, analistas já revisaram suas projeções, prevendo que a Selic possa alcançar 15% ao final de 2025. O cenário econômico, agravado por fatores como a desvalorização cambial, expectativas inflacionárias elevadas, e um ambiente fiscal expansionista, aumenta o risco de juros ainda mais altos no futuro.