Nesta quarta-feira (25), Belo Horizonte se destacou como a capital com maior aumento na inflação da gasolina, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial. Em outubro, o indicador subiu 0,54% na cidade, variação idêntica à registrada no Brasil. Porém, no acumulado de 12 meses, a inflação em Belo Horizonte chega a 6%, enquanto a média nacional é de 4,5%, conforme análise do economista do C6 Bank, Heliezer Jacob.
O principal motivo para essa disparidade entre a capital mineira e o restante do país está nos gastos com alimentação, habitação e transporte. O custo dos alimentos consumidos em casa aumentou 6,4% em Belo Horizonte, superando a média nacional de 5,4%. Na categoria de habitação, a energia elétrica residencial subiu 12,9% na capital, quase o dobro da média brasileira de 7,4%, enquanto os aluguéis cresceram 5,3%, também acima dos 2,7% registrados nacionalmente.
No setor de transportes, o destaque foi a gasolina, que teve alta de 16,3% em 12 meses em Belo Horizonte, cerca de duas vezes maior que o aumento médio do país. “Belo Horizonte lidera o aumento da inflação da gasolina”, destaca Jacob, reforçando o impacto dos combustíveis na inflação da cidade.
Cenário nacional
Em âmbito nacional, a equipe econômica do C6 Bank chama atenção para a aceleração da inflação de serviços subjacentes, que desconsidera itens voláteis. Esse indicador registrou alta de 0,59% em outubro, após um setembro mais estável. A pressão deve se manter devido ao aquecimento do mercado de trabalho e aos ganhos salariais que superam a produtividade. Além disso, fatores climáticos, como a seca, continuam influenciando os preços de itens como a conta de luz e carnes.
Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 4,47% no Brasil, com projeção de fechar o ano em 4,7%, ultrapassando o teto da meta. Para 2025, a expectativa é de uma inflação de 4,8%, segundo os especialistas do C6 Bank.
Diante dos novos dados, os economistas do banco acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) precisará manter o ciclo de alta da taxa Selic, prevendo aumentos de 0,5 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro. A projeção é de que a Selic atinja 11,75% ao final de 2024 e 10% no final de 2025.