A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) está realizando um projeto destinado a pesquisar e desenvolver tecnologias para restaurar áreas impactadas pela mineração nas regiões de Mariana e Ouro Preto. Além disso, a iniciativa promove a conscientização da comunidade e incentiva a adoção da agricultura ecológica.
A professora Sandra Moura, do Departamento de Engenharia Ambiental (Deamb) e coordenadora do grupo Apicrim, explica que a ideia do projeto surgiu ao analisar os impactos da mineração nas áreas de Mariana e Ouro Preto. Durante essas investigações, foi notado um bom crescimento do alecrim do campo na região. Esta planta é a principal fonte de resina para a produção de própolis verde pelas abelhas.
A capacidade de adaptação dessa planta a solos degradados é considerada crucial para a recuperação ambiental. “Quando uma planta consegue prosperar em uma área degradada, ela contribui para a polinização, a biodiversidade, renascendo este ecossistema”, afirma a professora.
O projeto também se destaca pela pesquisa relacionada aos produtos derivados do mel. Segundo a professora, já foram catalogados 11 tipos diferentes de mel na região. Os estudos do grupo avaliam, por exemplo, o poder de cicatrização do própolis e as possibilidades de desenvolvimento de produtos cosméticos apícolas.
Conheça o projeto
O Apicrim é um grupo de pesquisa que objetiva o desenvolvimento de tecnologias e estratégias para contribuir com a recuperação de áreas degradadas da mineração. O projeto realiza a implementação de atividade apícola, desenvolvimento de arranjos produtivos locais (APLs) e implantação de pastos de Baccharis dracunculifolia, para recuperação sócio-ambiental de áreas degradadas pela mineração.
Além disso, os estudos realizados pelo grupo buscam descrever as propriedades da própolis verde no processo de reparo tecidual, a fim de desenvolver tecnologias para a prevenção e tratamento de processos inflamatórios crônicos e distúrbios de cicatrização.
Com: Universidade Federal de Ouro Preto